04 setembro 2013
Não saberia por onde começar.
Saberia precisar o momento exacto em que olhei para ti pela primeira vez. Mas jamais poderia lembrar-me do momento em que te vi. Ver-te com olhos de ver.
Se calhar foi cedo demais e eu, fiel ao meu instinto de sobrevivência, virei a cara e segui rumo para sítio nenhum.
Se calhar foi demasiado tarde e, possivelmente, nunca saberei o que é ter a tua cabeça no meu colo, num dia de chuva, enquanto enrolo os meus dedos no teu cabelo castanho e te ouço a explicares-me uma teoria altamente metódica e científica; a qual eu vou rebater, loucamente, com a minha veia filósofa a palpitar.
Ou então, ouvir-te simplesmente a dizer idiotices, obscenidades e os dislates mais ridículos de sempre.
Não saberia por onde começar.
Embora, muitas vezes, em laivos de extrema irritação para comigo mesma, penso:
- vais começar por algum lado. Desta vez vais mesmo começar por algum lado.
Mas depois, prefiro sempre optar por este meu mundo de Alice no País das Maravilhas; acabo a achar que um dia cai-me nas mãos aquela garrafa, cujo liquido me irá tornar ainda mais pequena do que o que já sou e, como por magia, vou ser libelinha que te naufraga no corpo.
Não saberia por onde começar.
Sei que sinto parte de mim a querer fugir, quando te tenho à minha frente e vejo-te.
E vejo-te cada vez melhor, como se a tua sombra se começasse a tornar familiar à minha fraca visão.
Sabes, na verdade eu saberia por onde começar..mas a minha alixitimia não me permite que me dispa visceralmente para ti.
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