28 maio 2011



"Não sei bem o que dizer sobre mim. Não me sinto uma mulher como as outras. Por exemplo, odeio falar sobre crianças, empregadas e liquidações.
Mas segui todos os mandamentos de uma boa menina: brinquei de boneca, tive medo do escuro e fiquei nervosa com o primeiro beijo.
Quem me vê caminhando na rua, de salto alto e delineador, jura que sou tão feminina quanto as outras: ninguém desconfia do meu anti socialismo interno.
Adoro massas cinzentas, detesto cor-de-rosa. Penso como um homem, mas sinto como mulher. Não me considero vítima de nada.
Sou autoritária, teimosa, impulsiva e um verdadeiro desastre na cozinha.
Peça para eu arrumar uma cama e estrague meu dia.
Vida doméstica é para os gatos.
Tenho um cérebro masculino, como lhe disse, mas isso não interfere na minha sexualidade, que é bem ortodoxa. Já o coração sempre foi gelatinoso...
Faz eu dizer tudo ao contrário do que penso: nessas horas não sei onde vão parar minhas idéias viris. Afino a voz, uso cinta-liga, faço strip-tease.
Basta me segurar pela nuca e eu derreto, viro pão com manteiga, sirva-se.
Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna, delicada.
Sou muitas mulheres numa só, e alguns homens também."

Martha Medeiros





4 comentários:

Anónimo disse...

Ficaste bué fixe, e bonita, nas fotos da revista...

Beijos, Carolina

Anónimo disse...

na segunda-feira,... não te esqueças da frigideira tá...???!!! llooooooooolll

NINA <3

Patrícia Manhão disse...

LOL

<3

Pedro Bom disse...

Adorei o Post

 
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