03 outubro 2013

Para o meu Amor

"Diz que é Amor

 Desafiaram-me a escrever sobre o amor. Não sobre o amor de uma forma geral, mas sobre o amor entre um homem e uma mulher. O primeiro pensamento que me ocorreu foi que, definitivamente, sou a pessoa errada para tal, acima de tudo, porque há um espaço no meu coração que muito dificilmente (infelizmente), se deixa agarrar.
E, como diz o MEC, “o coração é um independente, um inquilino”.

O amor é uma coisa muito grande, onde cabe tanto, mas tanto, lá dentro...será alguma vez possível defini-lo com meras palavras?
Não sei explicar o amor. Mas sei que acho estupidificante o cliché “somos um”. Para mim, somos dois. Duas criaturas livres e que livre e genuinamente querem estar uma com a outra. Duas criaturas que se respeitam e se reconhecem e que funcionam como uma engrenagem perfeita, com todas as imperfeições a que temos direito.

Também não acredito no milagre do amor à primeira vista. Acredito ‘naquela’ empatia. Uma empatia que sabemos diferente de tantas outras, mas que, nem sempre a sabemos explicar. E esse é, para mim, o ponto de partida. Se lhe (nos) dermos a oportunidade, poderemos ter a sorte de encontrar esse bicho de que tanto se fala, de seu nome Amor. Porque, para mim, o amor é uma construção.

O amor para mim não é: “Amor, fofinho, homem da minha vida”.
Mas sim: “Bicho, meu idiota preferido, sapo da minha vida”. O amor é respeito, companheirismo, entrega, partilha.

É sermos crianças e parvos e termos brincadeiras tão ridículas que até miúdos de 6 anos se sentem adultos ao nosso lado. O amor é livre – não convoca à anulação e submissão de quem somos – mas sim, à exaltação de duas essências que se fundem. O amor é quimíco; dois corpos, duas peles, em osmose, numa intimidade única e absoluta, só verdadeira e possível entre duas pessoas que se querem mesmo.
O amor é pensar a dois, sem invadirmos o espaço do outro.

O amor é feito de verdade. De encanto. De admiração. E de vida. Da vida real. Do quotidiano que, grotescamente, abate tantos amores.
O amor é para o bem e para o mal.

Porque se é amor, despimo-nos por completo; damos tudo: o melhor e o pior.

Isto não correu nada bem. Não sei explicar o amor. Mas sei que o sonho e que lhe tenho um respeitinho do caraças."


 Pela minha querida amiga Ana de Sousa.


Isto sou tão, mas tão eu, que podia ter sido eu a dizê-lo...meio bêbeda, claro, porque sóbria nunca me ocorreriam tais palavras...nem outras, aliás. Sou muito má com palavras.
É a alixitimia - que ela também tem.

A minha Arte é outra.

3 comentários:

jorge disse...

As palavras não são suficientes, faltam a pele e o olhar. Lindo.

alexandre esteves disse...

O amor rima com a dor mas também faz sentido com a saudade, cumplicidade e toda a liberdade que a satisfação tem para nos dar...
Afinal Patrícia a tua arte também passa pelas palavras... e pelo amor, pois quem sabe dos caminhos mais fácil é chegar ao seu encontro ;)

Patrícia Manhão disse...

Obrigada Jorge :-)

Alexandre: nahh...palavras não são comigo. Adoro-as mas não as utilizo na minha Arte :-)
Já o amor..

 
;