20 julho 2007

Ok....



Este post é a segunda vez que o publico.

A primeira foi no "Tudo ao molhe.."

BELEZA:

Sempre me senti observada, mas nunca pensei que fosse bonita (ou feia, sei lá), eu era timida, mas a timidez é uma enorme pretensão: é crer que toda a gente olha para nós, e o olhar das outras pessoas fascinava-me. Ainda hoje continuo a gostar que olhem para mim. Acho que o pior não é desagradar, é não ser vista. E no entanto, não sou assim tão notada.

INFÂNCIA:

Foi um pouco solitária. Eu estava cheia de pressentimentos e adorava isso: alimentava grandes esperanças, inventava um destino para mim. Fui uma adolescente agitada, com um gosto por novas experiências: tinha uma enorme curiosidade pelos rapazes, pela musica, pela Arte e pelas experiências em geral, viagens às diferentes drogas. Fico espantada com os miúdos de hoje, estudiosos, sérios, prudentes.
Tenho amigos mais velhos que andam pelos 50. Os filhos rondam os 25 e vão com eles de férias.
Eu, aos 18, tinham de me matar para ir de férias com os meus pais.

FEMINILIDADE:

Sou um coração mole, gosto de projectar a feminilidade mais clássica, a sedução , o encantamento. Mas não nasci assim: isto são lacunas que preenchi. Acho que há dois discursos na sedução: por um lado, o encanto das palavras ligadas ao pensamento, à inteligência, à cultura; por outro, um discurso ligado às feromonas. É esse que me interessa. Sou-lhe extremamente sensível.

ESPELHO:

Vejo-me ao espelho de uma forma utilitária e o menos possível. O espelho é como uma constatação para continuar o caminho.
Não me apetece transformar-me numa senhora e renunciar completamente à violência da minha juventude.
Ao mesmo tempo, quando me tratam por “minha senhora”, isso não me desagrada.
Outro dia, no autocarro, um rapaz disse-me “Minha senhora, és boa como o milho!”
(moi?!? pensei eu). Adorei.

MONOGAMIA:

“Sou fiel......a mim mesma.”Aborreço-me loucamente na monogamia, mesmo que o meu desejo e o meu tempo possam estar ligados a alguém e não nego como é bom, o desenvolvimento de uma relação íntima. Mas não procuro particularmente que as coisas se definam. É o meu lado masculino. Aliás, tal como os homens, sei muito bem separar as coisas. E com uma vantagem sobre eles: a minha precisão feminina.

Mas sou absolutamente mulher, com os meus sentimentos supostamente femininos: a responsabilidade, a culpa, os remorsos. Mas isso dura 2 segundos. Depois ....passa.

SEDUÇÃO:

Prefiro que me chamem predadora do que sonsa. Predadora não é assim tão mau para uma rapariga: altera as regras do jogo, onde normalmente ela é a presa. Não estou habituada a que as coisas venham ter comigo. Nem os homens. Os homens têm medo de mim, parece-me. Não sou das que se envolve com 2 cantigas, e eles pressentem-no.

ESTRATÉGIA:

Vou retomar a minha psicoterapia, como manutenção. A terapia não desata os nós que a vida fez, mas liberta-nos das prisões que nós próprios criámos. Ganha-se imenso tempo. Qual é o meu problema?

A relação com o outro. A falta de confiança, talvez. Nunca me deixo moldar pelos outros. Até consigo entrar no puzzle deles, mas o meu permanece fechado. Sou uma manipuladora. Para mim as pessoas são uma atraente ameaça, há muitas pessoas a quem eu agrado e que me agradam.
Mas nunca cometo loucuras, passo perto dos precipícios, mas nunca lá vou. É o pragmatismo que me detém.

Isto não foi escrito por mim, mas é a minha letra......


P.S.- A foto é da minha autoria....


3 comentários:

BrU disse...

Adorei o "Espelho"!

Zuka disse...

A foto está muito gira =D

Patrícia Manhão disse...

hehehe...muito obrigada, querida!!

 
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